A Estética Cafuçu

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Nessa volta quero primeiro pedir desculpas pela demora desde a última publicação. Muita coisa mudou em minha rotina e acabou interferindo na atualização do blog. Dito isto, volto à cultura pop, o post a seguir pode até parecer focado em música, mas envolve comportamento, moda e um monte de outras coisas.

 

Desde meados de 2011, a mídia vem martelando a exposição e a exploração da chamada classe C. Os programas sociais do governo, o crescimento da economia e todos os fomentos ao consumo, além da inclusão digital abriram os bolsos e também os olhos e ouvidos do mainstream para a música, a dança, a moda e a culinária da dita “ralé”. Nunca o Brasil assumiu tão escancaradamente e com orgulho a sua pseudo vocação vira-latas com o que vou chamar de “Estética Cafuçu”.

Companhia da Lapada, um dos símbolos da “Estética Cafuçu”.

 

O cafuçu está na moda.

O sucesso de artistas distintos como Gaby Amarantos, Michel Teló, Companhia da Lapada, MC Catra, Bonde da Stronda, MC CegoeMC Metal, Aviões do Forró e muitos outros, confirma que de tempos em tempos o Brasil “(re)descobre” o seu “dark side of the country”, como aconteceu com o manguebeat, mas também explica fenômenos como a enorme penetração (ops) popular de Amado Batista, Odair José e Raimundo Soldado, por exemplo. Acredito que a internet ajuda a romper a barreira da segmentação regional na divulgação de gente vinda de todos os cantos do país.

Para completar o pacote, a Globo investiu pesado nas novelas Avenida Brasil e Cheias de Charme (As Empreguetes), com a pretensa missão de “representar” o cafuçu way of life, com excelente audiência, diga-se de passagem. Resumindo: O cafuçu está na moda.

 

Ser cafuçu é um estilo de vida.

A “Estética Cafuçu”, repito, não é só música, engloba vocabulário, figurino e gestual carregados de sex appeal, que ajudaram a popularizar a Periguete e o Moleque Piranha, os alardeados e nem tão novos personagens sociais brasileiros.

A expressão cafuçu é originária do Nordeste, e usada para designar a pessoa desajeitada, desarrumada, brega, malvestida, feia, etc. O cafuçu autêntico, encontra-se principalmente, mas não somente, na periferia, pois tem muito cafuçu que dirige carrão e possui uma gorda conta bancária, afinal cafuçu não é condição social, é estilo, atitude e personalidade, e segundo o “tio” Caldas Aulete, significa: o diabo; indivíduo desqualificado, preguiçoso, que nada faz; malvestido, de mau aspecto, ger. com defeito físico; bronco, rude, que costuma trabalhar isolado e em condições difíceis.

Cafuçu, para alguns é puro e simples mau gosto. Acho que existe gosto somente, até porque, na minha opinião, não existe nada mais cafuçu do que o Restart. E sim, gosto se discute.

Como sempre, ao final deste texto você encontra videos de alguns artistas citados. Veja e tire suas conclusões. É isso.

Não deixe de curtir, compartilhar e comentar. Um grande abraço e até breve.

 

Videos

Companhia da Lapada

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MC Cego & MC Metal

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Raimundo Soldado

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O homem e o mundo em contraluz

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Garimpo de Serra Pelada

Olá amigos. A maioria de vocês que me acompanha aqui não sabe, mas o Hipofeu, já foi um fanzine, coisa lá pelos idos do final dos anos 90. Uma invenção dos amigos Roberto Bessa e Wagner Dutra, que me convidaram pra participar também. Não durou muito, mas a idéia continuou viva por todos esses anos, até que eu comecei este blog.

O post de hoje tem exatamente o mesmo tema sobre o qual escrevi na edição impressa (o fanzine) em 199… e alguma coisa, sendo então uma volta às origens. Lembrando que desde o início, em outubro passado, deixei claro que este espaço estaria aberto principalmente para as artes do que para qualquer outro tema. Como já falei bastante de música, natural que agora uma das minhas paixões, a fotografia, permita-me falar de um dos meus heróis.

Sebastião Salgado é mais que um brasileiro reconhecido e bem sucedido no exterior. Um fotojornalista? Sim, mas também um artista, pois o olhar de Tião, como é chamado pelos amigos mais próximos, consegue captar imagens que quando reveladas parecem saltar vivas do papel ou da tela. Retratam pessoas paradoxalmente frágeis e fortes.

Sebastião Salgado

Dono de estilo inconfundível, fotografando sempre em preto e branco, com câmeras Leica, em contraluz, e quase sempre somente pessoas, Salgado embrenha-se nos lugares mais remotos do planeta, geralmente onde a alta tecnologia e a globalização ainda não afetaram rotinas e hábitos de povos com características e problemas distintos.

Sebastião Salgado nasceu no dia 8 de fevereiro de 1944 em Aimorés, Minas Gerais. Vive em Paris. Economista de formação, começou sua carreira de fotógrafo em Paris em 1973. Trabalhou sucessivamente com as agências Sygma, Gamma e Magnum Photos até 1994 quando, junto com Lélia Wanick Salgado fundou a agência de imprensa fotográfica, Amazonas images, exclusivamente devotada à seu trabalho.

Viajou em mais de 100 países para projetos fotográficos que, além de inúmeras publicações na imprensa, foram apresentados em forma de livros, tais como: Outras Américas (1986), Sahel, l’Homme en détresse (1986), Trabalhadores (1993), Terra (1997), Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo (2000) e Africa (2007). Exposições itinerantes destes trabalhos foram e continuam a serem apresentadas internacionalmente.

Foto do Livro "África"

Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios, é Embaixador de Boa-Vontade para UNICEF e é membro honorário da Academy of Arts and Science dos Estados Unidos. Em 2004, começou um novo projeto, Gênesis, série de fotografias de paisagens, da fauna, da flora e de comunidades humanas vivendo exclusivamente dentro de suas tradições e culturas ancestrais. Este trabalho é concebido como uma pesquisa sobre a natureza ainda em seu estado original e tem previsão de conclusão para 2012.

Foto do Livro "Trabalhadores"

Este texto não é uma análise do trabalho já reconhecido e premiado em diversos países e publicado em livros de sucesso, além dos principais jornais e revistas do planeta. Na verdade, é uma homenagem ao cidadão que muito me ensinou com imagens que registram almas e me fez amar a fotografia como talvez eu ame somente a música dentre todas as artes. Aprecie as imagens que estão aqui no blog, elas dizem muito mais do que eu possa escrever. Ou se preferir vá direto á fonte, no site da Amazonas Images.

Veja o video de entrevista com Sebastião Salgado para o Jornal da Globo para o Lançamento do Livro “África”

Não deixe de comentar e compartilhar. Participe.

Dezembro está apenas começando e promete muitas surpresas aqui no Hipofeu Blog. Um grande abraço e até breve.

Quem é o cantor?

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Olá amigos. Hoje chegamos ao nosso quarto post, praticamente um mês de Blog. A todos que visitam, divulgam e compartilham nas redes sociais. Muito obrigado.

Vamos ao que interessa. Hoje vou falar de alguns fenômenos eleitorais. Prometo que na próxima semana volto a falar de música.

Nos últimos anos, a cada eleição aumenta o número de famosos ou aspirantes aos seus 15 minutos de fama surgem como candidatos a cargos eletivos. É claro que não é só aqui do lado debaixo do Equador que acontecem coisas esquisitas, mas é certo que o Brasil é pródigo nesse quesito. Tanto é que parece que seremos eternamente considerados “exóticos” aos olhos do velho mundo.

O fato é que por conta de alguns fenômenos de popularidade, estamos nos acostumando a ver e ouvir algumas figuras que nunca havíamos imaginado antes, serem tratadas por Vossa Excelência. Exemplos: Frank Aguiar, Clodovil, Aguinaldo Timóteo e claro, Tiririca, melhor dizendo, o Deputado Federal Francisco Everardo Oliveira Silva, que agora inclusive vai integrar a Comissão de Educação e Cultura na Câmara do Deputados. Os assessores do humorista e Deputado estão pesquisando e recebendo sugestões sobre as demandas do setor cultural. A ideia é preparar projetos que fortaleçam a área.

Somos um povo culturalmente diverso, mas algumas vezes bisonho. Gosto é como… Você sabe. Cada um com o seu. Não vou aqui cair na armadilha de julgar esse ou aquele gênero da música ou qualquer outra arte. Afinal, é arte. Política então nem se fala…

O dito voto de protesto das massas acaba gerando a eleição de algumas figuras que levam pelo menos uma “vantagem” sobre os políticos profissionais. Uma enorme sinceridade, como a de Tiririca, ao dizer que não sabe o que faz um Deputado, em entrevista que concedeu ao jornal Folha de São Paulo, ou mais recentemente no programa CQC, ao ser questionado se a política dá um bom dinheiro, afirmou: “Olha, dinheiro mesmo eu ganho com show, mas se não desse, meu filho Tirulipa não seria candidato”.

Tiririca durante a campanha elitoral de 2010

Tiririca e a tietagem dos colegas na Câmara dos Deputados


É claro que você não vai escolher o seu representante em Brasília somente pela sinceridade. Existem inúmeros outros atributos e questões a serem analisados friamente e por mais que você dê de ombros para a política, quero apenas lembrá-lo que estamos falando do seu dinheiro. É o seu imposto que paga o salário dos parlamentares, que nada mais são do que servidores públicos, ou seja, têm como função primordial atender às necessidades da população.

Confesso que me surpreendi com a maturidade e franqueza de algumas respostas do Deputado Tiririca quando o mesmo afirma que “o parlamentar, é um sujeito que trabalha muito e pouco produz”, confirma o óbvio ululante, que como sempre está na cara de todos, mas muitos insistem em não vê-lo.

Honestamente, prefiro algumas gratas surpresas na atuação de alguns famosos, porém politicamente inexperientes como Romário, Jean Wyllys e Tiririca a gente da laia de Maluf, Sarney, José Agripino Maia e Álvaro Dias, mas este último é problema do Paraná, pois pra quem não sabe, Senadores representam os Estados. Os Deputados é que representam o povo.

Não sei se tu me ama. Pra que tu me seduz?

Tiririca é o retrato da população carente que cresceu ao longo de décadas sendo massacrada por políticas públicas (ou ausência delas, melhor dizendo) que passaram bem longe de priorizar cultura e educação, saneamento básico então, é de envergonhar qualquer ser humano, em um país que está prestes a se tornar a sexta economia mundial.

Tivemos o “emburrecimento” programado da ditadura militar, afinal, não podemos esquecer que o ditador João Baptista Figueiredo certa vez disse que preferia o cheiro de cavalos ao cheiro do povo. Pensando bem, melhor nem perder tempo com essa figura, já que o mesmo pediu para ser esquecido. A galopante inflação durante os anos 80 e 90 também foi desculpa para a falta de investimentos no Social, sem falar do eterno rombo da previdência.

Romário discursa na tribuna da Câmara.


Romário por sua vez, também tem origem humilde, também teve uma carreira de sucesso e tem apresentado combatividade, interesse e conhecimento das causas que abraça. Sua atuação questionando a gestão, o cronograma e outros assuntos ligados à Copa 2014 e as Olimpíadas 2016 dão uma mostra de alguém que pode até não conseguir seus objetivos, mas luta sem medo de desagradar a quem quer seja.

Jean Wyllys surgiu como ex-BBB  para destacar-se ao defender o que para alguns são apenas as causas das ditas minorias excluídas, quando na verdade defende os direitos e garantias fundamentais de todo e qualquer cidadão, independente da cor ou opção sexual, mas disso já falei semana passada. Em resumo, é alguém que contribui de verdade para a discussão de temas que interessam e influem diretamente na vida da população.

Os três citados, não perdem tempo com intermináveis futricas e jogos políticos de oligarquias que se eternizam no poder, ou em demagógicas CPI’s para os que buscam os holofotes. Até por que, fama eles já tem.

O ex-BBB Jean Wyllys defende causas polêmicas em Brasília

É claro que há os que destoam e decepcionam. O cantor e Vereador Aguinaldo Timóteo (sim, ele é vereador aqui em São Paulo), em 2009, teve a brilhante idéia de mudar o nome do Parque do Ibirapuera, um dos cartões postais mais conhecidos de São Paulo, para Parque Michael Jackson. É rir pra não chorar. Ainda bem que não deixaram.

O poder da televisão.

Campanha eleitoral é um negócio sério e complicado e que segundo alguns colegas Publicitários, é nessa hora que a TV mostra todo seu poder como mídia de massa. Em 2012, deveremos eleger prefeitos e vereadores, e com certeza seremos apresentados a candidatos como os que você vê nos vídeos a seguir. Muito cuidado com os famosos, mas também com os políticos profissionais que vivem da sede de poder e da continuidade da miséria alheia. Veja, reflita e não deixe de participar. Comente, indique, compartilhe.

Até a próxima semana.

 

 

A vida dos outros como ela é

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O Dramaturgo Nelson Rodrigues (parafraseado no título deste post) tem uma frase muito boa que é mais ou menos assim: “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”.

O tema que vou tratar hoje é polêmico, eu sei, e ninguém precisa concordar com as minhas opiniões. Não vou aqui levantar nenhuma bandeira, movimento, etc. Vou apenas expor a maneira como vejo uma situação. De cara, já vou avisando: sou heterossexual, e me orgulho muito dos amigos e amigas homossexuais e heterossexuais que possuo. São seres humanos maravilhosos. Amo a todos sem distinção.

Costumo definir a questão da Homofobia da seguinte maneira: As pessoas incomodam-se demais com a vida alheia, e esquecem de ser felizes vivendo suas próprias vidas.

Estou cada vez mais convicto de que no mundo atual não há espaço para intolerância de qualquer tipo. Apesar de eu mesmo ser intolerante algumas vezes, pois não suporto gente mal educada e ignorante. Mas luto todos os dias para aceitar e compreender a realidade de cada um.

Imagem de uma das capas da Revista Trip de Outubro


Não dá pra fugir da discussão sobre a homofobia, está em todos os lugares. Nas capas da corajosa edição da Trip deste mês (isso mesmo são duas capas), está na TV (a famosa cena do beijo entre Luciana Vendramini e Giselle Tigre, na novela do SBT), nos jornais (infelizmente com mais freqüência nas páginas policiais), no Congresso Nacional, nas ruas, na boca de todo mundo. A discussão já é longa e ganha cada vez mais força. Não tenho utopia de que todas as mentes do planeta mudem, seria bobagem e inocência minha alimentar tal quimera.

Diversidade sexual. Mais do que um tema, título, rótulo, como você queira chamar, o importante é entender que trata-se da discussão da definição do que somos. Nunca gostei de rótulos e divisões, bem e mau, brancos e negros, católicos e protestantes, gordos e magros, feios e bonitos. Somos todos humanos, e ainda bem que cada um de nós é único. As diferenças existem e continuarão existindo. Há um certo narcisismo psicológico inconsciente exemplificado pelo medo do diferente.

O que importa mesmo nessa história é a real capacidade de cada um concentrar-se no seu universo, pensar naquilo que importa para si e para a realização de sua felicidade. A vida do outro e principalmente quando, como, onde e com quem faz sexo, amor, transa, trepa, furunfa, amassa o bombril, acasala, molha o biscoito, troca o óleo, cola o velcro, dá marcha a ré, etc., é um detalhe que não interessa. Não muda em nada a competência do seu chefe, do colega de trabalho, da professora do seu filho, do guarda da esquina, do médico que cuida das suas enfermidades. Ponto. Cada um tem o direito de ser e fazer o que quiser. O corpo é dele (ou dela). Cada um deve viver sua própria vida, reitero.

As relações humanas são imperfeitas, o ser humano é imperfeito. E como disse Jack Endino: “Não tente ficar perfeito. A perfeição é chata”.

Não faça com os outros, o que você não quer que seja feito com você.

A imbecilidade, aliada à pura e simples falta do que fazer gera trogloditas que ignoram o significado de Antropologia e Sociologia, e o fato de que ambas são pura e simplesmente construídas na prática cotidiana, assim como o idioma, que mais do que escrito, é falado, com suas imperfeições coloquiais, dialetos, gírias e corruptelas, a sociedade, da mesma forma, é constituída por indivíduos distintos, com gostos, hábitos, desejos, ambições e formas de amar as mais diversas.

Lembro o caso dos playboys que espancaram uma doméstica em um ponto de ônibus do Rio de Janeiro. A “justificativa” dos criminosos: “Pensávamos que fosse uma puta.” E se fosse uma puta! Que diferença teria? Seria um ser humano da mesma forma. Com direito a viver da forma como escolher. Vou repetir, o grande problema é que as pessoas vivem querendo controlar a vida do outro. O falso moralismo é uma merda.

O Bolsonaro, Crivella e congêneres têm todo o direito de pensar o que quiserem e de assumirem publicamente suas posições, o que eles não têm é direito de incitar a violência e fazer apologia da discriminação e depois ficar se escondendo atrás de imunidades parlamentares e garantias constitucionais que os mesmos violam.

A hipocrisia, a intolerância e o “politicamente correto” Made In Brazil jamais permitiriam que alguém ousasse sair às ruas com uma camiseta escrita “100% branco”, “100% ladrão”, “100% demagogo”, “100% preconceituoso”, “100% puta”, “100% gay”. A questão é maior do que cada um afirmar-se e ter orgulho de si. É entender que o outro é diferente e tem o direito de sê-lo. Ponto.

Passei boa parte da minha infância com quatro primas (de quem muito me orgulho), pobres, negras, de paternidade não assumida, em uma sociedade moralista e preconceituosa, meus olhos vêm as diferenças e o preconceito desde cedo. A humanidade é imbecil e ignorante, tal e qual registrada em Beleza Americana (American Beauty – 1999 – Direção de Sam Mendes).

Máquinas não fazem distinção entre branco, negro, azul, amarelo, romano, grego, troiano, hétero, homo, cristão, umbandista, budista, ou hindu. A urna eletrônica computa da mesma forma os votos de quem elege o candidato de esquerda, centro ou direita, independente de com quem o eleitor vai pra cama, e o que faz nela.

Campanha criada por Oliviero Toscani para a Benetton nos anos 90

Onipotência, onipresença e onisciência versus Liberté, égalité, fraternité.

Não existe nada mais chato do que alguém tentando catequizar os outros, qualquer que seja a causa ou credo defendido. O pensamento é livre, cada um tem o seu, e felizmente não precisamos pagar pra pensar.

O mundo cristão-judaico, com seus dogmas, centralização do poder, autoproclamado como dono da verdade, contribuiu muito para o cenário atual. Não vejo muita diferença entre o modo de pensar de Hitler, do Papa e Pastores Evangélicos. Há alguns anos, em uma conversa com um cidadão protestante falei: Ainda bem que sua ignorância não é contagiosa.

Afinal, seria coerente uma nova inquisição para lançar na fogueira os padres envolvidos em Pedofilia? Em resumo, o Cristianismo não tem moral para falar de amor ao semelhante depois de perseguir e matar milhões na Idade Média, como o fizeram os Nazistas na Segunda Guerra.

Algumas obras para quem quer refletir, abrir a mente, e quem sabe evoluir:

Livros:

A Filosofia na Alcova – Marquês de Sade

Videoclipes:

MadonnaLike A Prayer,Justify My Love e Erotica

MobyWe Are All Made Of Stars

Pearl Jam – “Do The Evolution

Fimes:

Gummo (Vidas Sem Destino – 1997 – Direção de Harmony Korine)

Beleza Americana (American Beauty – 1999 – Direção de Sam Mendes)

O Nome da Rosa (Der Name der Rose – 1986 – Direção de Jean-Jacques Annaud)

A Cor Púrpura (The Color Purple – 1985 – Direção de Steven Spielberg)

Tudo o que defendo é respeito ao próximo. Independente do credo, da cor, e principalmente da orientação sexual. Liberdade. Viva e deixe viver.

Para encerrar, deixo vocês com uma música da Laura Finocchiaro, gravada pelo Cazuza no disco Burguesia que resume meu pensamento.

Não deixe de comentar, compartilhar, participar. Um grande abraço e até a próxima semana.

Tudo é Amor

(Cazuza / Laura Finocchiaro)

Um homem pode se afobar
E pegar o caminho errado
Homem que é homem volta atrás
Mas não se arrepende de nada
Sabe que a vida é pra lutar
Contra um dragão invisível
Que mata os sonhos mais banais
Que acha que é tudo impossível

Um homem que veio do pó
É o que transforma o pó em ouro
Um homem foi criado só
Mas vive em função do outro
Na natureza onde ele é rei
No universo onde não é nada
Na incerteza e no prazer
Na ilusão de ser amado

Tudo é amor
Mesmo se for por carma
Tudo é amor
Pretensão descarada

Um homem nasce pra cagar
Nas regras desse paraíso
Um homem deve procurar
A fruta que foi proibida
No meio dessa multidão
Na escuridão e na agonia
Poder chamar alguém de irmão
E ter um sono bem tranqüilo

Tudo é amor
Mesmo se for por carma
Tudo é amor
Pretensão descarada

Um homem nasce pra brincar
E não pra esculhambar a vida
Um homem nasce pra curar
E cutucar a ferida
Mesmo se for pra transformar
Num inferno um céu conformista
Mesmo se for pra guerrear
Escolha as armas mais bonitas